Texto de Blog da Rua Nove
(VIII)
Ainda não acabara o bife quando as pessoas começaram a sair da missa. A curiosidade fê-lo levantar-se. Lentamente, demonstrando afectação e um interesse que queria interpretado como profissional, aproximou-se da janela. Ligeiramente recuado, foi observando as saídas.
Mulheres idosas trajando de luto, com os véus sobre o rosto e o terço na mão, casais de braço dado, conversando amigavelmente, crianças seguindo pela mão das mães, uma mulher de criança ao colo...
Seguiu-a com o olhar. Cabelos pretos longos, rosto e braços como alabastro. Um rosto alongado e de feições quase perfeitas. O barman notou aquele olhar. Conhecendo a fama do inspector, aproximou-se, dizendo em voz baixa: "Chegou há pouco tempo à cidade. Parece que veio de A-Ver-o-Mar. Vive sozinha com o filho, na Lapa, junto ao forte."
O inspector puxou de um cigarro e deixou que o fumo criasse um véu azulado entre ele o vulto que se afastava. Seguia aquelas pernas esguias e lembrava-se de um filme alemão que vira há muitos anos. Imaginou-as longas e tentadoras, como as de Marlene.
Com uma diferença fundamental. Estas estavam ali, ao seu alcance.
(continua)
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